Quebrando Fronteiras: O Crescimento que Você Encontra na Diversidade Cultural
- Leticia Estrela
- 23 de abr.
- 2 min de leitura
Hoje estou escrevendo este post logo após voltar de um jantar de trabalho com meus colegas. Cheguei em casa me sentindo energizada, porque sempre fui uma pessoa sociável e realmente amo ouvir as histórias das pessoas. Mas há algo muito especial sobre onde trabalho agora: naquela mesa de jantar, éramos sete nacionalidades diferentes. Você consegue imaginar isso? Sentar na mesma mesa com pessoas de todo o mundo, compartilhando histórias, experiências e visões completamente diferentes sobre a vida.
Há cinco anos, eu não conseguia nem me imaginar em um ambiente desse tipo. Naquela época, durante minhas primeiras experiências internacionais, eu costumava ficar perto dos meus amigos brasileiros — e, honestamente, não me culpo nem culpo quem faz o mesmo. Quando você está longe de casa, sem família ou o conforto da sua própria língua, cercar-se de pessoas do seu país pode trazer um pedacinho de casa.
Mas quando me mudei para a Bélgica, não tive escolha a não ser enfrentar uma nova realidade. Não havia brasileiros ao meu redor o tempo todo e, pela primeira vez, eu estava trabalhando em um lugar onde eu era a única brasileira. Tive que falar inglês todos os dias, tentar entender diferentes sotaques e até aprender a lidar com diferenças culturais às quais não estava acostumada. No começo, foi um verdadeiro desafio — não vou mentir. Mas hoje, sentada naquela mesa de jantar, me peguei pensando sobre como essa experiência tem sido rica e bonita.
Viver e trabalhar em um lugar multicultural me ensinou coisas que eu nunca esperava aprender.
Uma das lições mais importantes foi a paciência e a arte de ouvir. Quando você trabalha com pessoas de diferentes línguas e culturas, precisa desacelerar, prestar atenção não apenas nas palavras, mas também nas expressões, gestos e até silêncios. Isso me ensinou que a comunicação real vai além da gramática ou do vocabulário — trata-se de presença e respeito.
Também aprendi a importância de deixar de lado os estereótipos. Eu tinha tantas ideias sobre outras culturas com base no que ouvi ou li, mas quanto mais me conecto com as pessoas, mais percebo que sempre há muito mais por trás de uma nacionalidade ou de um sotaque. As culturas são vivas e em constante mudança, e a pessoa à sua frente nunca é apenas “a brasileira”, “o indiano”, “a holandêsa”, “a tunisiana” ou “o mexicano” — são pessoas, com histórias, sonhos e lutas, assim como eu.
E provavelmente a coisa mais bonita que descobri é que lar não é um lugar. É o sentimento de pertencimento que você encontra quando cria conexões significativas, não importa onde você esteja. São os sorrisos, os jantares, as conversas e os silêncios compartilhados.
Acho que se mais pessoas ao redor do mundo tivessem a chance de viver ou trabalhar em um ambiente tão multicultural — mesmo que uma vez — o mundo seria um pouco mais mente aberta e respeitoso. Quando você abre espaço para as pessoas dentro da sua vida, você também abre espaço para mais compreensão e empatia, e talvez, para um mundo muito mais em paz.
E você? Já viveu ou trabalhou em um lugar multicultural?
Adoraria ouvir sua história. Vamos compartilhar e aprender uns com os outros.
Obrigada por ler,
Leticia Estrela

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